Basta uma olhada rápida na Bíblia para percebermos que os seus escritores tratam de mais de um tipo de Lei, pois em alguns momentos ela é considerada abolida por Cristo (cf. Efés. 2:15), mas em outros ela é chamada de "lei da liberdade" (cf. Tiago 2:12).
Há alguma contradição no texto bíblico? Os autores estão ensinando doutrinas opostas? Ou será que eles estão tratando de leis diferentes?!
Tomemos o exemplo de Paulo: Em Efés. 2:15 o apóstolo diz que Jesus "aboliu na sua carne a lei dos mandamentos na forma de ordenanças". Porém, no mesmo livro, em 6:1-3, Paulo aconselha os filhos a seguirem um Mandamento da Lei moral, que trata da honra devida ao pai e à mãe (cf. Êx 20:12). Como é possível!? A lei foi ou não abolida com o sacrifício de Cristo? Paulo está se contradizendo? Ou será que ele está tratando de duas leis diferentes...?Parece-me que esta última é a única alternativa lógica para solucionarmos tão "aparente" discrepância bíblica.É claro que, como estudioso das Escrituras, o grande apóstolo da graça tinha conhecimento de que existiam leis diferentes que conduziam a vida do povo de Deus, na época representado pela nação de Israel. Haviam as leis civis, que tratavam de assuntos ligados ao dia-a-dia comercial, político, econômico, familiar, pecuniário, etc (cf. Lev. 25:35-38; Deut. 15:12-18; etc.); haviam as leis de higiene, destinadas a manter um ambiente livre de contaminações (cf. Deut. 23:9-14); tinham também as leis destinadas à distinção entre animais limpos e imundos (cf. Lev. 11); também aquelas referentes aos sacrifícios expiatórios do santuário, com todo o seu ritual e símbolos que apontavam ao Messias - estas últimas eram as chamadas "leis cerimoniais" (que podem ser vistas, por exemplo, em quase todo o livro de Levítico); assim como também havia a Lei moral, baseada nos 10 Mandamentos entregues a Moisés no Sinai (cf. Êx 20).Dessas leis, a que Jesus "cravou na cruz" foi a que tratava dos aspectos simbólicos que deveriam retratar o Messias vindouro, o "Cordeiro" que resgataria o povo de Deus da escravidão do pecado (cf. Isa. 53). Todo esse cerimonialismo (ofertas de animais, derramamento de sangue inocente, purificações rituais do santuário, etc.), tudo se cumpriu no sacrifício perfeito e eficaz que o Senhor Jesus Cristo realizou por nós no Calvário. Era dessa lei transitória que Paulo estava tratando em Efés. 2:15, uma lei baseada em "ordenanças".
Porém, a Lei moral, firmada em tábuas de pedra, escrita pelo dedo do Criador e Redentor do mundo (Êx. 31:18), nunca passou. Ela reflete dois princípios básicos, sobre os quais deve estar firmada a vida do servo de Deus:
1. Amar a Deus sobre todas as coisas (cf. Deut. 6:5; Mat. 22:37-38). Isto está perfeitamente traçado nos primeiros 4 Mandamentos, pois através do cumprimento deste grupo de preceitos demonstramos, realmente, se amamos a Deus acima de tudo – trabalho, família, riquezas, prazeres, amigos, etc. Muitos, por exemplo, não querem guardar o santo sábado para não perderem um emprego ou algum recurso financeiro que é conquistado no 7º dia (feiras, comércio, etc.). Esses não estão amando a Deus sobre todas as coisas, pois estão demonstrando uma fé vacilante (cf. Sal. 37:25), ou 'arrogante', o que é pior!
2. Amar ao próximo como a nós mesmos (cf. Lev. 19:18; Mat. 22:39; Tiago 2:8). Neste princípio divino baseiam-se os outros 6 Mandamentos da Lei moral. Guardando tais Mandamentos, estaremos demonstrando amor, respeito e consideração pelo nosso próximo, a começar pela própria família, especialmente os pais.Jesus, da forma sábia como Lhe era peculiar, mostrou que destes dois grandes princípios dependem não só a Lei, mas toda a Bíblia (cf. Mat. 22:40).Os Adventistas crêem neste maravilhoso ensino de Jesus, de que o amor é o cumprimento da Lei de Deus – primeiro para com Ele, e depois para com Suas criaturas. Muitos hoje dizem que amam a Deus, mas suas vidas demonstram que este é um amor frágil e conveniente, pois está baseado em um falso sentimento de "liberdade" para desobedecer a Sua Lei. Amar também envolve obedecer, pois a Bíblia chega a ser "dura" ao chamar de "mentiroso" aquele que afirma amar e conhecer a Deus, mas que não está disposto a obedecê-Lo na guarda dos Mandamentos, custe o que custar (cf. 1Jo 2:4; Jo 14:15). Os que pensam assim (que a graça os liberta da obediência aos Mandamentos), encaixam-se perfeitamente na descrição bíblica sobre os apóstatas do primeiro século, que estavam transformando a graça de Deus em "libertinagem" (cf. Judas 4). Veja que coisa horrível!Espero que você, caro leitor, reflita com carinho e paciência neste tema tão importante, pois envolve aspectos eternos. Você acredita que uma pessoa que não obedece a Deus pode REALMENTE considerar-se um "servo" dEle?
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EFÉSIOS 2:15
" NA SUA CARNE, DESFEZ A INIMIZADE, ISTO É, A LEI DOS MANDAMENTOS, QUE CONSISTIA EM ORDENANÇAS, PARA CRIAR EM SI MESMO DOS DOIS UM NOVO HOMEM, FAZENDO A PAZ,"
"PELA SUA MORTE ELE ACABOU COM O RESSENTIMENTO RANCOROSO QUE HAVIA ENTRE NÓS, PROVOCADO PELAS LEIS JUDAICAS QUE FAVORECIAM OS JUDEUS E EXCLUIAM OS GENTIOS, POIS ELE MORREU PARA ANULAR TODO AQUELE SISTEMA DE LEIS JUDAICAS. DEPOIS ELE TOMOU OS DOIS GRUPOS QUE SE OPUNHAM UM AO OUTRO E OS FEZ PARTE DELE MESMO; ASSIM, ELE NOS COMBINOU, PARA TORNAR-NOS UMA NOVA CRIATURA, E FINALMENTE HOUVE PAZ." (BV)
TIAGO 2:12
" ASSIM FALAI E ASSIM PROCEDEI, COMO DEVENDO SER JULGADOS PELA LEI DA LIBERDADE."
"VOCÊS SERÃO JULGADOS COM BASE NO FATO DE ESTAREM OU NÃO FAZENDO O QUE CRISTO QUER QUE VOCÊS FAÇAM. PORTANTO, CUIDADO COM O QUE FAZEM E COM O QUE PENSAM." (BV)
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As Leis da Bíblia - parte II
Vimos no tópico anterior que aqueles que combatem a validade eterna da Lei moral de Deus, na verdade, aceitam 9 Mandamentos, e rejeitam apenas um –
o 4º (cf. Êxo. 20:8-11). Este Mandamento trata da "guarda", ou seja, da santificação do sétimo dia da semana, separando-o exclusivamente para atividades de cunho espiritual.
Não encontraremos em NENHUM lugar das Escrituras qualquer ordem, conselho, orientação, exortação ou insinuação de que o sábado deixou de ser um dia especial de adoração ao Criador. Pelo contrário; em toda a Bíblia, o povo de Deus sempre preocupa-se com a santidade desse dia (cf. Êxo. 16:22-35; Nee. 9:14; Isa. 56:2; Jer. 17:27; Luc. 23:56; Atos 16:13; etc.). Muito menos vemos qualquer ensinamento na Bíblia de que o sábado era destinado só para os judeus, pois ele foi iniciado desde o Éden, quando não existia nenhum judeu, adventista, católico, batista, metodista, etc., mostrando que o sábado foi criado como uma bênção para toda a humanidade (cf. Gên. 2:1-3). Alguns chegam ao absurdo de dizerem que o sábado foi criado somente no Sinai, especialmente para os judeus, mas isto também não é verdade, pois vemos que a Bíblia fala que o povo guardava o sábado antes mesmo de Deus ter inserido este mandamento nas tábuas da lei (cf. Êxo. 16). Talvez por isso este seja o único que inicia diferentemente dos outros - 'Lembra-te'. Isaías também afirma que o sábado era para todo o mundo, e não apenas para o povo de Israel (cf. Isa. 56:1-8). Dizer que o sábado foi só para os judeus é uma prova de desconhecimento do texto bíblico ou, o que é pior, de uma tremenda falta de sinceridade e humildade diante da Palavra do Senhor.Se a Lei moral de Deus nunca passou, é evidente que o sábado também não. Este mandamento está colocado numa posição de honra na Lei, pois ele é o único que diz o motivo pelo qual Deus deve ser honrado: "em seis dias fez o Senhor..." (cf. Êxo. 20:11). Santificando o sábado do sétimo dia, estaremos admitindo que Deus é o Criador, Redentor, Mantenedor e Senhor em nossa vida, e nossos filhos têm uma oportunidade semanal de aprenderem que Ele merece toda nossa honra, pois somente Ele é Deus. Ao pôr-do-sol da sexta-feira, o povo de Deus deve reunir-se para receber o santo sábado, e permanecer durante todo este dia em um estado de comunhão e adoração ao Senhor que nos criou, mantém e redime (cf. Lev. 23:32; Nee. 13:15-22; Luc. 4:16, 31, 40; 23:54-26).
O Sinal entre Deus e o Seu povo
É interessante, ainda, notar como a Bíblia destaca que o sábado é considerado por Deus como um "selo", um "sinal" de fidelidade entre Ele e Seus filhos (cf. Ezeq. 20:12, 20). De que forma podemos entender isso? Vamos fazer como Cristo fazia (cf. Mat. 13:24-30, por exemplo), e utilizar uma ilustração para clarear nosso entendimento:
Deus passa a semana observando a movimentação de Suas criaturas aqui nesta Terra – trabalho, estudo, deveres familiares, participação em algum culto religioso, etc. Durante a semana (de domingo à sexta-feira), tudo é igual para todos, com pequenas variações de um para outro. Porém, no sábado, o Senhor fica esperando para ver aqueles que vão honrá-Lo neste dia em particular. Ele observa para ver os que vão deixar de lado o trabalho, a escola, o cuidado normal do lar, e se dirigirão para Sua Casa – a Igreja – buscando uma adoração mais completa e integral. É dessa maneira que o sábado funciona como um "sinal" de fidelidade.
A grande maioria das pessoas faz do sábado um dia comum, igual aos outros, não dando qualquer conotação santa e reservada para este dia, desprezando, assim, as claras orientações de Deus. Em outras palavras, estão mostrando para o Senhor que não importam-se com Sua vontade.Na maioria das denominações cristãs o sábado é um dia em que os templos estão fechados. Como o costume de Jesus era freqüentar a Casa de Deus neste dia (cf. Luc. 4:16), Ele não teria como adorar o Pai nestas igrejas, pois suas portas permanecem rebeldemente fechadas! Aquelas que abrem as portas no sábado, o fazem para realizar a faxina, lavar o templo ou fazer alguma reunião, mas sem uma preocupação com a santidade deste dia especial. Estas igrejas trocaram a guarda do sábado pela do domingo, teimosamente em oposição ao que o Senhor determina em Sua Palavra. Mas até isto já havia sido predito pelo Senhor (cf. Dan. 7:25).
É por isso que Jesus advertiu de que nem todo aquele que diz adorar o Seu "nome" entrará no reino do céu, mas apenas aqueles que "fazem a vontade" de Deus (cf. Mat. 7:21). É muito maravilhoso analisar profundamente o texto bíblico, e descobrir que nesta mesma passagem Jesus diz que tais pessoas (que se confiam apenas no fato de falarem no nome dEle, mas não realizam a vontade de Deus), serão "apartadas" do Reino eterno do Senhor (cf. Mat. 7:23); e o motivo que Ele apresenta é que elas praticam a "iniqüidade" (versão Almeida Revista e Atualizada). A palavra grega que foi traduzida por 'iniqüidade' nesta e em muitas outras passagens é ANOMIA, a mesma utilizada em 1Jo 3:4 para descrever o que seja pecado ("transgressão da Lei").
Ou seja, o que Jesus estava realmente querendo dizer aqui, é que muitos ficarão fora do Reino de Deus por desprezarem a Sua Lei, achando que apenas pelo fato de falarem no nome de Jesus já garantem a salvação e a bênção do Espírito.
Na minha humilde opinião, esta é a passagem mais triste de toda a Bíblia (Mat. 7:21-23), pois aqui não vemos Jesus criticando o procedimento de viciados, prostitutas, ateus, apóstatas, etc. Não! Nesta passagem Jesus está advertindo pessoas que se consideravam salvas e cheias de poder; que freqüentavam igrejas de curas, milagres, exorcismos, e tudo feito "em nome de Jesus"; mas que, na verdade, são rebeldes e arrogantes, por acharem que podem desprezar a Lei do Senhor e ainda serem aceitos no Reino de Deus (cf. Pv 28:9). Este é o mais terrível engano de satanás para estes últimos dias! Acreditar estar salvo, mas vivendo na rebeldia do pecado.
Pena que a grande maioria de cristãos da atualidade, tanto católicos quanto protestantes, insistem em não aceitarem tão límpida e cristalina mensagem bíblica – a guarda do sábado. Arrogam-se o direito de mudar um dia que a Bíblia, em nenhum lugar, autoriza tal mudança, e pensam que mesmo assim Deus os abençoa e envia Seu Santo Espírito. Só há dois motivos para agirem dessa maneira – ou estão terrivelmente cegos, e não conseguem ver a beleza da verdade sobre o sábado do Senhor (cf. João 8:32), ou são arrogantes e rebeldes, preferindo servir a Deus à sua maneira, em vez de humildemente aceitarem a orientação de Sua Palavra (cf. Marcos 7:7-8). Espero que você, estimado leitor, não esteja entre estes que serão, finalmente, desmascarados pelo Senhor, e colocados de lado, sendo impedidos de adentrarem os portais perolados da Cidade Santa (cf. Mat. 7:21-23; Ap 21:1-8).
Extraído do livro '101 Razões Porque Sou Adventista do 7º Dia', de Gilson Medeiros.
FONTE: http://prgilsonmedeiros.blogspot.com/
Postado por Adams Roberto Santos às Terça-feira, Maio 20, 2008
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MARCOS 7:7-8
"EM VÃO ME PRESTAM CULTO; AS DOUTRINAS QUE ENSINAM SÃO APENAS MANDAMENTOS HUMANOS. ABANDONAIS O MANDAMENTO DE DEUS, APEGANDO-VOS À TRADIÇÃO DOS HOMENS".
(BIBLIA DE JERUSALÉM).
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Continua ...